quinta-feira, 26 de abril de 2012

Entrevista J.K (Especial de Abril 4)


Adoro essa entrevista, ela é bem no começo da carreira de  nossa Jo como escritora !!
Foi retirada e traduzida do site Scholastic

Como foi que a senhora teve a idéia de criar o Harry Potter? 
- Eu estava fazendo uma longa viagem de trem de Manchester a Londres, na Inglaterra, e a idéia simplesmente me ocorreu. Naquele momento pensei basicamente em um menino que não sabia que era bruxo e na escola de bruxaria, para onde acabaria indo.
Quanto tempo a senhora levou para escrever o primeiro livro? 
-Cinco anos, embora durante esse tempo eu também estivesse traçando planos e escrevendo partes das seis continuações.
O que foi que a senhora teve de fazer para que os leitores que, eventualmente, pudessem começar pelo segundo ou terceiro sem se confundir? 
-Está se tornando um desafio maior fazer os leitores acompanharem o ritmo de cada novo livro de Harry (no momento estou escrevendo o quarto). No caso da Câmara secreta foi relativamente simples; tentei inserir informações sobre Harry e seu primeiro ano em Hogwarts da maneira mais natural possível. Mas, quando eu chegar ao quinto e ao sexto livro, isto vai ser muito mais difícil. Me faz lembrar os seriados em que a pessoa tinha de assistir a trinta minutos de clipe para entender o episódio da semana. Talvez eu simplesmente escreva um prefácio dizendo: "No livro anterior, Harry Potter..."e sugira aos leitores que leiam antes os livros de 1 a 4! 

Que tipo de mudanças nos originais a senhora teve de fazer para tornar a versão norte-americana mais inteligível aos leitores dos Estados Unidos? Coisas específicas, como a mudança no título do primeiro livro de Harry Potter? 

-Fiz pouquíssimas mudanças nos originais. Arthur Levine, meu editor norte-americano, e eu decidimos que as palavras só deveriam ser trocadas quando sentíssemos que seriam incompreensíveis ao leitor norte-americano. Recebi algumas críticas de outros escritores britânicos por permitir mudanças, mas sinto que o desdobramento natural desse argumento é dizer às crianças francesas e dinamarquesas que não vamos traduzir Harry Potter, por isso é melhor que aprendam inglês. A alteração do título foi inicialmente idéia de Arthur, porque ele achou que o título britânico não dava idéia correta do tema do livro. Discutimos várias opções.

A senhora planejou desde o início escrever mais de um livro? Quantos? 
- Eu sempre concebi Harry Potter como uma série de sete livros porque resolvi que levaria sete anos, dos onze aos dezessete anos, inclusive, para formar um bruxo, e cada um dos livros contaria um ano da vida de Harry em Hogwarts. 

A senhora poderia nos dar alguma pista acerca dos próximos livros de Harry Potter? 
-O tema que percorre os sete livros é a luta entre o bem e o mal, e receio que vá haver baixas! As crianças em geral me pedem para não matar o Rony, sempre que digo isso a elas; parecem acreditar que ele é o mais vulnerável, provavelmente porque é o melhor amigo do herói. 
Como é que a senhora cria todos os nomes, lugares e detalhes originais que contribuem para tornar Harry Potter um livro tão fascinante? 
-Muitos dos nomes eu mesma inventei, por exemplo "quadribol" e "trouxa". E também coleciono nomes fora do comum, e faço empréstimos de todo tipo. "Edwiges" era uma santa, "Dumbledore" em inglês antigo era o nome de um besouro e "Snape" é o nome de um lugar na Inglaterra. 
O que é que a senhora acha que há em Harry Potter que atinge tanta gente? 
-É muito difícil pensar no meu trabalho nesses termos porque eu o escrevi todo para mim mesma; pus o meu senso de humor nos livros, não o que eu penso que as crianças acharão engraçado e suponho que isto possa explicar a atração que exerce sobre os adultos. Por outro lado, acho que guardo lembranças muito vívidas do que sentia na idade de Harry, e as crianças parecem estabelecer uma identificação muito forte com Harry e seus amigos. 

A senhora esperava que Harry Potter fosse fazer um sucesso tão grande? 
-Eu seria louca se estivesse esperando o que aconteceu com o Harry. O momento mais emocionante para mim, numa concorrência acirrada com outros autores, foi descobrir que Harry ia ser publicado. Era a ambição de minha vida ver um livro escrito por mim numa prateleira de livraria. Todo o resto que aconteceu depois tem sido extraordinário e maravilhoso, mas o simples fato de poder dizer que sou uma autora publicada foi a realização de uma sonho que acalentei desde muito pequena. 
A senhora se surpreendeu ao ver que Harry Potter sensibilizava tanto adultos quanto crianças? 
-Não escrevi com um público-alvo em mente. O que me animou foi o prazer que poderia ter escrevendo sobre Harry. Nunca pensei em escrever para crianças - o livro para crianças é que me escolheu. Acho que se é um bom livro qualquer um o lerá. 

Harry Potter primeiro fez sucesso na Inglaterra e, em seguida, nos Estados Unidos. Onde mais Harry Potter foi lançado? Que semelhanças e/ou diferenças foram encontradas nos países onde a obra foi publicada? E, uma vez que cada uma das edições tem um visual diferente, a senhora tem uma favorita? 
-Harry já foi publicado, ou o será, em breve, na Grã-bretanha, nos Estados Unidos, no Brasil, na Holanda, França, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal, Grécia, República Tcheca, Eslováquia, Suécia, Noruega, Dinamarca, Finlândia e no Japão. A minha capa favorita é a norte-americana - e estou na esperança de conhecer a ilustradora, Mary Gandpre - mas também gosto muito da edição holandesa

Das muitas coisas que deve ter ouvido as pessoas dizerem sobre Harry Potter, quais foram as que mais gostou? 
-A minha preferência foi dita por uma menina de doze anos que veio me ouvir ler no festival do livro de Edimburgo. A lotação para o evento estava esgotada e a fila para autógrafos, no fim, muito comprida. Quando a menina em questão finalmente chegou a mim, disse: "Eu não queria que tivesse tanta gente aqui, porque este é o MEU livro!" É exatamente o que sinto com relação aos meus livros preferidos... ninguém mais tem o direito de conhecê-los, muito menos gostar deles! 
Qual foi o impacto que o sucesso como autora teve no seu estilo de vida? Havia alguma coisa que a senhora sempre quis fazer e que pode fazer agora que tem uma oportunidade? 
-Nunca esperei dar entrevistas a jornalistas ou fazer trabalho promocional, e cheguei a um ponto agora em que tenho que dizer não a muitas coisa só para garantir que me sobre tempo suficiente para escrever. Por outro lado, adoro viajar e ter a chance de visitar lugares que nunca via antes - minha viagem aos Estados Unidos, em outubro do ano passado para promover o livro, foi a primeira que fiz e me apaixonei por Nova York e São Francisco - é absolutamente fantástico. 
A senhora é reconhecida hoje em dia? As pessoas a param para pedir autógrafos? Como é que a senhora se sente? 
-Raramente me reconhecem e fico feliz com isso, porque gosto de ser uma pessoa anônima! Em geral isto acontece quando estou escrevendo em cafés porque a minha ligação com cafés é algo profundamente arraigado na mente dos habitantes de Edimburgo. Houve vezes em que entreguei o meu cartão de crédito e a pessoa reconheceu o meu nome, o que é um nível muito agradável de reconhecimento. Uma balconista me disse que tinha levado o segundo Harry para ler na lua-de-mel! A ocasião mais embaraçosa foi quando levei minha filha para ver Vida de Inseto com alguns amigos e uma mulher com um grupo de umas doze meninas me perguntou se podia tirar uma foto comigo e todas as garotas. 
A senhora está animada com o contrato para filmar Harry Potter? Onde mais iremos ver Harry Potter no futuro? Brinquedos, videogames? 
-Estou muito animada e um tantinho nervosa com Harry Potter, o filme. A Warner Bros comprou os direitos de comercialização, por isso é possível que vejamos brinquedos Harry Potter. 
Este foi o primeiro livro que a senhora escreveu na vida? 
-Este é o primeiro livro que eu publiquei, mas quando me ocorreu a idéia de Harry Potter eu já havia escrito e engavetado dois romances para adultos. 
A senhora sempre quis ser escritora? 
-Sempre, desde a idade de cinco ou seis anos, quando escrevi o meu primeiro livro - a história de um coelho chamado "Coelho". 
Onde, quando e como a senhor escreve? 
-A qualquer hora, a qualquer lugar e à mão. 

A senhora tem outros planos como escritora além de Harry Potter? 
-Eu sempre escrevi e sei que sempre escreverei; eu estaria escrevendo mesmo que não tivesse nada publicado. Contudo, Harry é um projeto abrangente que consome toda a minha atenção, e realmente não tenho tempo, no momento para decidir o que virá a seguir. 

Que livros e autores a senhora leu quando criança? Quais exerceram maior influência? 
-Os que mais admiro são E. Nesbit, Paul Gallico e Caroll Lewis. O meu livro favorito quando criança era The Little White Horse, de Elizabeth Gouge

O que a senhora está lendo no momento? 
-O último romance que li foi Captain Corelli's Mandolin, de Louis de Bernières, que adorei. 

Que conselho a senhora daria aos jovens escritores hoje? 
-Eu duvido que um escritor que tenha talento precise que eu lhe diga isso, mas eu diria persevere! 

Que é que a senhora gosta mais em sua vida de escritora de livros para crianças? 
-De escrevê-los. 

Se a senhora não escrevesse o que é que estaria fazendo? 
-Bem- como você pode ver pela resposta anterior, eu estaria perdida. Em termos de profissão, eu ainda estaria ensinando, que era uma coisa que eu gostava. 
Quais são os seus passatempos? As festas que mais gosta e como as comemora? 
-Fiquei constrangida outro dia ao descobrir que não tinha muito o que responder quando um menino de nove anos me perguntou: "Quais são os seus passatempos?" A verdade é que quando não estou cuidando da minha filha, convivendo com amigos ou lendo, estou escrevendo. O menino que me fez a pergunta pareceu muito frustrado com a minha resposta, mas a verdade é que mesmo que escrever seja agora minha profissão de tempo integral, é também o meu maior prazer. Duvido que alguém fique surpreso em saber que adoro o Dia das Bruxas. Embora eu tenha perdido a comemoração no ano passado, porque eu estava nos Estados Unidos, em geral, dou uma grande festa para os meus amigos e seus filhos. 

Que outras coisas definem o seu modo de ser? 
-Eu como qualquer coisa exceto tripa, que infelizmente era a especialidade da cidade do Porto, onde morei por três anos. Programas de TV: adoro comédias, principalmente as britânicas, embora goste bastante também de Frasier e d'Os Simpsons. 

A senhora mora na Escócia, mas que outros países já visitou? Quais são os seus preferidos? Se a senhora tivesse que mudar, qual escolheria? 
-Morei na Inglaterra, França, Portugal e visitei muitos outros. Adorei Portugal (minha filha é meio portuguesa) e pretendo voltar para lá e tentar explicar porque é que trocamos o sol radioso de Portugal pelo nevoeiro e a neve da Inglaterra. 
Que é que sua filha pensa do seu trabalho? Que livros a senhora quer e gosta de ler com ela? E quais ela gosta de ler sozinha? 
-Ela ainda é muito pequena para eu ler os livros de Harry Potter para ela, mas estou realmente ansiosa para chegar o momento em que vou poder compartilhar os meus livros com ela. Ela adora os livros de Beatriz Potter e recentemente li para ela The Lion, the Witch and the Wardrobe, que lhe rendeu muito prazer.

http://site_pottermaniaco.br.tripod.com/harrypotter/id13.html

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